quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Medicamentos Genéricos


É importante saber distinguir medicamentos de referência de medicamentos genéricos. Assim, medicamentos de referência são, normalmente, medicamentos inovadores, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente, por ocasião do registo junto ao Ministério da Saúde, através da Anvisa. São os medicamentos que, geralmente, se encontram há bastante tempo no mercado e têm uma marca comercial conhecida. Os custos de divulgação da marca e os custos de pesquisa e desenvolvimento (podendo levar anos estas pesquisas) fazem subir os preços dos medicamentos de referência. Já os medicamentos genéricos são medicamentos que tem a mesma fórmula e produz os mesmos efeitos no organismo que um medicamento de referência. É muito fácil identificar um genérico: ele vem com uma faixa que pode ser de várias cores, contendo as letras  MG. Para serem registados, os genéricos são submetidos a um rígido controle de qualidade, que assegura que o consumidor terá resultados exatamente iguais aos do remédio de referência. O sistema de avaliação dos MG passa pela realização de ensaios clínicos que visam determinar se as concentrações sanguíneas de um determinado medicamento atingem ou não os níveis exigíveis em diferentes parâmetros. Estes ensaios são habitualmente conhecidos como ensaios de Biodisponibilidade/Bioequivalência (BD/BE). O controle da fabricação e da qualidade não acontece só para o registo de medicamentos. É uma atividade permanente da ANVISA. No que se refere à propaganda dos medicamentos genéricos este é um processo muito dispendioso, ficando em milhares de euros e é feito essencialmente nas farmácias, apresentando o produto e convencendo-as da sua qualidade e potencial de venda; diretamente ao consumidor, no caso dos medicamentos de venda livre, para divulgar o produto, exaltando os seus benefícios e às vezes omitindo possíveis riscos; e, finalmente, o grande investimento, a propaganda junto aos médicos, com visitas pessoais, distribuição de encartes luxuosos e patrocínio de congressos e seminários, para que a classe médica conheça o medicamento e passe a receitá-lo para os pacientes-consumidores.  Este tipo de medicamentos trás algumas vantagens económicas uma vez que são 50% mais baratos do que os medicamentos de referência, tendo a mesma qualidade e ainda apresenta vantagens económicas para utentes e para o Serviço Nacional de Saúde uma vez que estes poupam ao comprar medicamentos genéricos. Um exemplo pode ser o aumento de medicamentos genéricos nos hospitais e outros serviços de saúde. Desvantagens económicas encontram-se ao nível da indústria farmacêutica que como sabemos encontra-se em “luto”. Segundo o Jornal Expresso as farmácias portuguesas foram chamadas a "pôr luto" e explicar aos utentes as razões que podem levar ao encerramento de 600 unidades, numa ação iniciada que inclui uma petição ao Governo para alterar as políticas do sector. A iniciativa envolve estudantes de farmácia, jovens farmacêuticos, sindicatos do sector e a ANF. A situação atual "deve-se a alterações na política do medicamento e à penalização das farmácias, não só pela degradação do preço dos medicamentos como pela degradação da sua margem“. Os profissionais pretendem demonstrar que as farmácias estão a funcionar já com uma margem negativa, ou seja, "sempre que dispensam um medicamento, o que recebem não é suficiente para suportar os seus custos".


Trabalho realizado por :
Lisa Lucas Nº 18
Mariana Colaço Nº24