É importante saber
distinguir medicamentos de referência de medicamentos genéricos. Assim, medicamentos
de referência são, normalmente, medicamentos inovadores, cuja eficácia,
segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente, por ocasião do registo
junto ao Ministério da Saúde, através da Anvisa. São os medicamentos que,
geralmente, se encontram há bastante tempo no mercado e têm uma marca comercial
conhecida. Os custos de divulgação da marca e os custos de pesquisa e
desenvolvimento (podendo levar anos estas pesquisas) fazem subir os preços dos
medicamentos de referência. Já os medicamentos genéricos são medicamentos que
tem a mesma fórmula e produz os mesmos efeitos no organismo que um medicamento
de referência. É muito fácil identificar um genérico: ele vem com uma faixa que
pode ser de várias cores, contendo as letras
MG. Para serem registados, os genéricos são submetidos a um rígido
controle de qualidade, que assegura que o consumidor terá resultados exatamente
iguais aos do remédio de referência. O sistema de avaliação dos MG passa pela
realização de ensaios clínicos que visam determinar se as concentrações
sanguíneas de um determinado medicamento atingem ou não os níveis exigíveis em
diferentes parâmetros. Estes ensaios são habitualmente conhecidos como ensaios
de Biodisponibilidade/Bioequivalência (BD/BE). O controle da fabricação e da
qualidade não acontece só para o registo de medicamentos. É uma atividade
permanente da ANVISA. No que se refere
à propaganda dos medicamentos genéricos este é um processo muito dispendioso,
ficando em milhares de euros e é feito essencialmente nas farmácias,
apresentando o produto e convencendo-as da sua qualidade e potencial de venda;
diretamente ao consumidor, no caso dos medicamentos de venda livre, para
divulgar o produto, exaltando os seus benefícios e às vezes omitindo possíveis
riscos; e, finalmente, o grande investimento, a propaganda junto aos médicos,
com visitas pessoais, distribuição de encartes luxuosos e patrocínio de
congressos e seminários, para que a classe médica conheça o medicamento e passe
a receitá-lo para os pacientes-consumidores. Este tipo de medicamentos trás algumas
vantagens económicas uma vez que são 50% mais baratos do que os medicamentos de
referência, tendo a mesma qualidade e ainda apresenta vantagens económicas para
utentes e para o Serviço Nacional de Saúde uma vez que estes poupam ao comprar
medicamentos genéricos. Um exemplo pode ser o aumento de medicamentos genéricos
nos hospitais e outros serviços de saúde. Desvantagens económicas encontram-se
ao nível da indústria farmacêutica que como sabemos encontra-se em “luto”.
Segundo o Jornal Expresso as farmácias portuguesas foram chamadas a "pôr
luto" e explicar aos utentes as razões que podem levar ao encerramento de
600 unidades, numa ação iniciada que inclui uma petição ao Governo para alterar
as políticas do sector. A iniciativa envolve estudantes de farmácia, jovens
farmacêuticos, sindicatos do sector e a ANF. A situação atual "deve-se a alterações
na política do medicamento e à penalização das farmácias, não só pela
degradação do preço dos medicamentos como pela degradação da sua margem“. Os
profissionais pretendem demonstrar que as farmácias estão a funcionar já com
uma margem negativa, ou seja, "sempre que dispensam um medicamento, o que
recebem não é suficiente para suportar os seus custos".
Trabalho realizado por :
Lisa Lucas Nº 18
Mariana Colaço Nº24