As desigualdades
económicas são, hoje em dia, cada vez mais acentuadas em todo o mundo, incluindo
o nosso país. A tendência para o futuro é que esta situação venha a agravar-se ainda
mais, devido a todas as mudanças impostas pela crise que predomina em muitos
países.
De acordo
com o Índice de Gini (medidor da assimetria existente na distribuição dos rendimentos),
Portugal registou uma diminuição permanente entre 2004 e 2009. Passou de 38,1%
em 2004 para 33,7% em 2009. No entanto, segundo dados referentes ao ano de 2010
podemos observar uma inversão nesta tendência, tendo a percentagem subido
novamente, para 34,2%, valor acima da média encontrada na U.E, de 30,5%.
Para o
aumento da desigualdade contribuíram factos como o período de contracção económica
acentuada que Portugal está a atravessar, em que a população com rendimentos
mais baixos é tendencialmente mais afetada. Por outro lado, as medidas adotadas
pelo governo para reduzir o défice público acabam também por agravar esta
situação.
Estudos desenvolvidos
pela direcção de emprego, Assuntos Sociais e Inclusão da Comissão Europeia
avaliaram o impacto potencial sobre o rendimento, das medidas de austeridade
aplicadas entre 2008 e 2011, por seis países europeus que atravessam crises
orçamentais (Portugal, Grécia, Irlanda, Estónia, Reino Unido e Espanha). Nessa
análise, Portugal possui um lugar de destaque. O estudo afirma, "é o único
país com uma distribuição claramente regressiva, com perdas percentuais que são
consideravelmente maiores no primeiro e segundo decis de rendimento do que em
níveis mais elevados", o que significa que as medidas implementadas foram
mais acentuadas para os mais pobres do que para os mais ricos, os 20% mais
pobres sofrem uma redução de 6,1% no seu rendimento, enquanto os mais ricos
perdem cerca de 3,9%.
Apesar deste
estudo ter informações anteriores a junho de 2011 (governo liderado por José
Sócrates), considera-se que as medidas adotadas pelo atual governo têm os
mesmos níveis de desigualdade detetados anteriormente, tomando em consideração
que ambos os governos sempre garantiram que as camadas mais frágeis da população
seriam poupadas às novas mudanças.
Sem comentários:
Enviar um comentário