terça-feira, 25 de setembro de 2012

Desigualdades Económicas em Portugal


As desigualdades económicas são, hoje em dia, cada vez mais acentuadas em todo o mundo, incluindo o nosso país. A tendência para o futuro é que esta situação venha a agravar-se ainda mais, devido a todas as mudanças impostas pela crise que predomina em muitos países.
De acordo com o Índice de Gini (medidor da assimetria existente na distribuição dos rendimentos), Portugal registou uma diminuição permanente entre 2004 e 2009. Passou de 38,1% em 2004 para 33,7% em 2009. No entanto, segundo dados referentes ao ano de 2010 podemos observar uma inversão nesta tendência, tendo a percentagem subido novamente, para 34,2%, valor acima da média encontrada na U.E, de 30,5%.

Para o aumento da desigualdade contribuíram factos como o período de contracção económica acentuada que Portugal está a atravessar, em que a população com rendimentos mais baixos é tendencialmente mais afetada. Por outro lado, as medidas adotadas pelo governo para reduzir o défice público acabam também por agravar esta situação.

Estudos desenvolvidos pela direcção de emprego, Assuntos Sociais e Inclusão da Comissão Europeia avaliaram o impacto potencial sobre o rendimento, das medidas de austeridade aplicadas entre 2008 e 2011, por seis países europeus que atravessam crises orçamentais (Portugal, Grécia, Irlanda, Estónia, Reino Unido e Espanha). Nessa análise, Portugal possui um lugar de destaque. O estudo afirma, "é o único país com uma distribuição claramente regressiva, com perdas percentuais que são consideravelmente maiores no primeiro e segundo decis de rendimento do que em níveis mais elevados", o que significa que as medidas implementadas foram mais acentuadas para os mais pobres do que para os mais ricos, os 20% mais pobres sofrem uma redução de 6,1% no seu rendimento, enquanto os mais ricos perdem cerca de 3,9%.

Apesar deste estudo ter informações anteriores a junho de 2011 (governo liderado por José Sócrates), considera-se que as medidas adotadas pelo atual governo têm os mesmos níveis de desigualdade detetados anteriormente, tomando em consideração que ambos os governos sempre garantiram que as camadas mais frágeis da população seriam poupadas às novas mudanças.

 
 

 Adriana Lopes N.º1

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