domingo, 23 de setembro de 2012

Observatório de Economia e Gestão de Fraude

   Segundo o Observatório de Economia e Gestão de Fraude, o índice de economia não registada em Portugal no ano de 2011 ronda 25,4% do Produto Interno Bruto oficial, aumentando assim, 43,388 milhões de euros em relação ao ano anterior.
   O Observatório de Economia e Gestão de Fraude (OBEGEF) é a institucionalização do empenhamento científico e pedagógico de um conjunto de investigadores e docentes que desenvolvem investigações focalizadas na descoberta de fraude e na sua prevenção.
   Este observatório tem a sua sede na Universidade do Porto, mais concretamente na Faculdade de Economia do Porto.
   No dia 21 de Novembro de 2008 o Observatório de Economia e Gestão de Fraude constitui-se notarialmente como associação de direito privado sem fins lucrativos, explicitando que o seu objetivo é promover a investigação interdisciplinar sobre a economia não registada e a fraude em Portugal, nos contextos europeu e mundial e também promover o ensino sobre estas temáticas, criando redes e estabelecendo outras relações com instituições congéneres.
   A fraude é uma realidade multifacetada abrangendo todos as áreas da sociedade, cujo estudo exige o contributo de variadas áreas do conhecimento e cuja ação na deteção e prevenção exige o contributo de diferentes atores sociais. Por estas razões a interdisciplinaridade é uma das vertentes decisivas da atividade do Observatório.
   A economia que não é contabilizada no cálculo do produto interno bruto constitui a Economia Não-Registada (ENR).
   A ENR inclui a economia subterrânea (oculta ou subdeclarada), que, por definição, corresponde ao produto que se furta à contabilização por razões dominantemente fiscais. Inclui também a economia ilegal, o produto que não é contabilizado porque resulta de atividades ilegais, pelos seus fins ou pelos meios utilizados. A presença destas duas rúbricas da ENR numa sociedade reflete, nomeadamente, a fraude, o branqueamento de capitais, o aumento dos conflitos de interesse, o uso de informação privilegiada, a desregulação e o enfraquecimento do estado, e não pode deixar de representar um forte retrocesso civilizacional que coloca em causa a organização social democrática existente.
   Assim, o OBEGEF, tem vários objetivos que pretende cumprir nesta investigação e prevenção:
·         Promover a investigação científica, fundamental e aplicada sobre a fraude e a economia “sombra” em Portugal;
·         Constituir uma memória das práticas fraudulentas em Portugal, enquanto instrumento para uma mais eficaz prevenção e deteção da fraude, uma regulação eficiente;
·         Formar quadros técnica e eticamente preparados para a implementação de políticas antifraude nas instituições, privadas e pública;
·           Apoiar as organizações na prevenção da fraude;
   Conhecer a realidade portuguesa é sempre ler e interpretar as relações sociais em Portugal, nos contextos europeu e mundial, atendendo às generalidades e especificidades de cada quadro geográfico-social de referência.
   Estudar a fraude e a economia «sombra» é sempre um processo de construção e desconstrução de saberes e conhecimentos científicos, simultaneamente disciplinar e interdisciplinar, contribuindo para a consolidação de um objeto científico de uma ciência ainda em construção: a Economia e Gestão da Fraude.
 Aumento da Economia não observada em Portugal em relação ao PBI (1970-2010)
 
Observatório de Economia e Gestão de Fraude: www.gestaodefraude.eu
 
Mariana Neves N.º25

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